terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Brasil Em Preto E Branco - Jacob Gorender

Não há como negar que o Brasil desde a época de seu descobrimento sempre foi mais dos brancos do que dos negros. Logo que os portugueses aqui chegaram, os primeiros a serem escravizados foram os índios. Com o passar do tempo começamos a importar os negros africanos, para serem escravizados no país. Por longos anos essa prática foi adotada, pois os negros serviam de empregados domésticos, empregados de lavoura e até mesmo no garimpo e na mineração.
Muitos desses escravos rebelavam-se e fugiam alguns sozinhos, outros em grupo, e quase sempre eram seguidos pelos capitães do mato. Essas fugas ocorriam por causa dos maus tratos recebidos por seus patrões, pois se na opinião de um senhor de engenho um escravo fizesse alguma coisa que errada, era castigado.
Movimentos antiescravistas começaram a ser criados como a Lei do Ventre Livre, Lei Sexagenária, Lei Eusébio de Queiros, até chegar a Lei Áurea. Mas neste país chamado Brasil, as classes menos favorecidas sempre foram oprimidas e até certo ponto escravizadas, mas não eram apenas os negros que sofriam.
No período da regência, as classes menos favorecidas revoltadas com a opressão, iniciaram vários movimentos, como A Cabanagem – no Pará, A Balaiada – no Maranhão, A Sabinada – na Bahia, A farroupilha – no Rio Grande do Sul, e muitas outras criadas em São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e etc. Nesses movimentos foram constatadas participações de escravistas, latifundiários, pessoas das camadas mais pobres e a presença de escravos.
.
Na história do mundo, o Brasil é conhecido como o maior receptor de escravos. Com a assinatura da Lei Áurea, que tornava abolida a escravidão, porém não tornava abolido o racismo, os negros puderam ter um pequeno avanço em seu modo de vida, lembrando também que o padrão de vida da maioria da população livre daquela época era baixo, e mais baixo ainda teria que ser o padrão de vida dos ex-escravos.

Contudo, a abolição não apagou a influência da escravidão na sociedade brasileira, pois até hoje os negros e as populações mais carentes são oprimidas, enganadas, discriminadas e escravizadas até hoje por todos os segmentos que tem poder no país.
Em 1993 foi publicada a maior obra referente à este tema, que foi o livro Casa Grande e Senzala, que contribuiu bastante com sua visão histórica da família patriarcal, e também abordava temas como a miscigenação racial.
No Brasil pós-escravidão, o racismo colocou os negros e mestiços numa situação de discriminação peculiar, pois não sofreram segregação localizada sob o aspecto espacial e institucional. Como os negros eram e são até hoje em sua maioria mais pobres, começaram a aglomerar-se em morros, favelas e palafitas pelas periferias de todo o país.
Aos poucos foram surgindo movimentos anti-racista, como o MNU (movimento negro unificado) que foi importante porque contribuiu com o fortalecimento de uma classe média negra, mais instruída e intelectualizada, e em decorrência vieram outros movimentos anti-racistas que ajudaram na ascensão profissional e educacional dos negros no Brasil. Atualmente é discutida a questão das cotas nas faculdades para os negros.
Em 1998, o DIEESE (departamento de estatísticas e estudos socioeconômicos) começou uma pesquisa, patrocinada pela ISNPIR (instituto sindical interamericano) pela igualdade racial, que foi divulgada em 1999; pesquisa essa que foi efetuada em cidades como São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte
Belo Horizonte e Porto Alegre que nos deu uma idéia de como está dividida a população negra no país.
O tema distribuição de terras começou a ser enfocado no Brasil desde aquela época, passando por vários nomes, como Doação de Áreas Públicas, Lei de Terras , até que hoje ainda se discute que é a Reforma Agrária.
Em 1995/1996, o IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística) divulgou um estudo sobre os latifúndio no Brasil, que esclarecia com muita firmeza a questão da Reforma Agrária.
O MST (movimento dos sem terra) foi criado para discutir esse tema, mas até hoje enfrenta uma luta inglória, por que os políticos do Brasil, na verdade não tem a menor vontade de abordar e resolver o problema.
O Brasil por ter uma política agrária eminentemente capitalista, pouco se importa com essa questão de distribuição de terras, lembrando que o assentamento de famílias não pode ser confundido com reforma agrária, ou seja, o Brasil continua sendo uma perfeita bagunça, desde seu “descobrimento” até os dias atuais.
A desigualdade social é notória no país, tanto que a imprensa divulgou que essa desigualdade é uma das maiores do mundo
Essa desigualdade no Brasil deve-se muito à época da escravidão. A sociedade capitalista até hoje escraviza as populações de menor poder aquisitivo, fazendo com que a pobreza, a violência, e as drogas imperem no país, e o racismo contribui muito para que esse fato aconteça. A violência com certeza está ligada aos conflitos sociais.
A discriminação no Brasil é flagrante, em recente pesquisa realizada pelo IBGE. Nota-se também que as mulheres sofrem uma discriminação bem maior frente aos homens. O quadro discriminativo anti-feminino torna-se mais chocante, se combinarmos os critérios de sexo e cor, sendo que na escala das raças as mulheres de cor negra se situam no “degrau” mais baixo.
As diferenças discriminatória são oriundas do racismo, da concentração latifundiária, e do anti feminismo. O percentual de pobres no Brasil chega ser alarmante, e tudo indica que esse percentual decorre do baixo nível da economia brasileira.
Com tudo isso vemos que, o Brasil desde a sua conquista, até hoje não promove u movimento de mudança contra todos esses problemas.

2 comentários:

  1. Casa Grande & Senzala lançado em 1993? Não pode ser.

    ResponderExcluir
  2. Se te fizer melhor, foi publicado em 1 de dezembro de 1933. Ocorreu um erro de digitação. Obrigada por me visitar.
    Obs: Você não utilizou meu resumo né?

    ResponderExcluir