terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Digressão: A Fábula das Três Raças ou o Problema do Racismo a Brasileira


          Falar de raças ou de racismo no Brasil é o mesmo que discutir o sexo dos anjos, pois desde que foi conquistado, o nosso país vem enfrentando esse problema. Problema esse que estará sempre em pauta, mas que nunca terá solução, e principalmente um final feliz, na questão desigualdade das raças e conseqüentemente culminando com o fim do racismo, não é só no Brasil, mas no mundo inteiro.
          O que se sabe desde os primórdios, é que ideológica e socialmente a “raça branca” sempre discriminou ou segregou as outras raças.
          O Brasil sempre teve uma sociedade em sua maioria, de nobres, com uma ideologia aristocrática e anti-igualitária que sempre foi e sempre será dominada pela ética do familismo, da patronagem e apadrinhamento das relações pessoais, tudo isso emoldurado pela política que privilegia os poderosos e massacram as classes menos favorecidas, pois aqui as leis só funcionam para os pobres.
          A segregação de mestiços, mulatos, índios e negros aqui no Brasil é latente, em outras palavras; as populações que tem menor poder aquisitivo no país sofrem algum  tipo de escravização, social, política e por que não dizer educacional e cultural? O Brasil tem uma sociedade hierarquizada, mas profundamente desigual, o país é controlado pelo nome, dinheiro, títulos, propriedades, relações inter pessoais, e principalmente pelos políticos, que em sua totalidade são corruptos, esses sim, são os grandes racistas do país.



           A abolição dos escravos, a proclamação da república, o Brasil império, o presidencialismo, a democracia, a ditadura, plebiscitos, greves e novamente democracia, nova constituição, por tudo isso podemos ver que acabar com o racismo no Brasil é utopia!
          Tudo isso aconteceu ao longo dos anos, mas a verdade é que toda essa ideologia pregada pelas elites é muito complexa, criando controvérsia e grandes crises sociais.
          A idéia de que cada raça ocupa um certo lugar na humanidade é relativa se raciocinarmos que, na maioria dos países, no mundo inteiro a raça branca é predominante e detém o poder.

 
          Outro ponto também que se torna essencial nas doutrinas racistas é o determinismo. Isso significa que as diferenças biológicas são vistas como tipos acabados, e que cada tipo está sem comportamento e mentalidade pelos fatores intrínsecos ao seu componente biológico.
          É preciso dizer que o intelecto e o caráter das pessoas não têm nada haver com sua cor, etnia, religião, nação, cultura, por que se realmente isso tivesse alguma relação não haveria negros inteligentes, cultos e a maior potência do mundo não teria um presidente negro.
          O detalhe é que a formação social, cultural e histórica do Brasil permite especular sobre a adoção e a permanência do racismo como ideologia e como tema de reflexão científica.
          No Brasil o branco está sempre por cima, enquanto o negro, o índio, o mestiço, o mulato estão sempre por baixo. Na sociedade brasileira, a mistificação permite o racismo, e então explica-se a sua reprodução até hoje como uma ideologia científica ou popular que sempre deu grande ênfase a biologia da raça, relações que eram permanente políticas e econômicas.

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