domingo, 23 de maio de 2010

Resenha do Artigo: O Rio onde o Sol não Brilha

O Rio onde o Sol não Brilha - Sydney Sérgio F. Solis e Marcus Venicio T. Ribeiro

          O texto inicia contando como era a vida dos cariocas no século XIX, ou seja, na transição para o capitalismo, que ao invés de oferecer melhora na vida dos trabalhadores, não modificou sua condição, que tinha uma jornada de trabalho abusivo, e com salários humilhantes e moradias indignas, provocando diversas doenças como bronquites e tuberculoses.
          Além da péssima alimentação, o trabalhador livre não tinha apoio da lei e do Estado. Crianças também eram muito utilizadas na mão de obra, embora não tivessem capacidade física e intelectual de realizá-las.
          A grande vantagem das práticas monopolistas, foi manter o excedente do capital nas grandes cidades, forçando a criação de armazéns e meio de transporte para atender a demanda da agro exportação.
          Porém, o Rio de  Janeiro não tinha uma infra estrutura que atendesse a demanda da realização de negócios, e a própria preservação do mercado interno. O saneamento básico era um dos principais problemas, segundo os autores. Em 1862, o governo imperial concedeu à uma casa bancaria inglesa o monopólio da exploração da rede de esgotos da cidade.
         Contudo, a empresa responsável pela manutenção tratou com descaso o tratamento de águas, embora seus serviços tenham crescido rapidamente. A concessão feita à CITY (empresa responsável pelo tratamento de esgotos) incentivou não somente a indústria da construção civil, como também o setro de transportes, para que interligasse os bairros que iam surgindo. Os serviços oferecidos pela  CITY eram muito restritos e de péssima qualidade, tomando como exemplo o tipo de encanamento usado, que por serem muito finos e frágeis entupiam e quebravam com facilidade, poluindo o solo e os rios, um outro problema ocorria também com os vasos sanitários, que eram usados de acordo com a condição social do indivíduo.
          Voltando ao assunto condições de trabalho, as indústrias têxteis eram as “maiores produtoras” da tuberculose. O pagamento por produção fazia com que diminuísse os salários fixos, fazendo com que os primeiros se lançassem em jornadas de trabalho absurdas para obter um pequeno acréscimo de salário.

          Ainda com relação à moradia, o que se podia ver nos quadros do Brasil imperial e no início da república, era o de pessoas vivendo aglomeradas em barracões, porões e vagas de pensões sem a menor condição de higiene, tornando proliferável doenças como a febre amarela, febre tifóide, entre outras. Para o Estado oligárquico, a questão da insalubridade deveria ser resolvida com o saneamento e a reacomodação do Centro da cidade, o que implicava na remoção das populações pobres.
          A única providência tomada para compensar as demolições, foi a construção de 120 casas, essas, porém, não podiam abrigar mais que 700 pessoas, número bem inferior ao das pessoas removidas. Nessa época, mais precisamente no início do século XIX que se formaram as primeiras favelas.
          As doenças, como a tuberculose atingia principalmente aos negros, os estrangeiros eram mais atingidos pela febre amarela, a febre amarela assombrava a toda a população por conta das péssimas condições de saneamento básico. O que se pode averiguar é que a população não vivia o suficiente pra morrer de velhice.
          Partidos foram formados em busca de melhoria nas condições de vida dos trabalhadores, a situação foi se modificando aos poucos, como exemplo temos a lei que instituiu a jornada de 8 horas diária de trabalho por dia, o que não virou realidade na vida de muitos, tivemos também mudanças no sistema de saúde, que hoje  não perde mais pessoa com febre amarela ou tifóide, mas perde
para a dengue e a gripe suína.

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